terça-feira, 8 de setembro de 2009
A Chuva
Quem pode dizer que já olhou para o céu sem apenas fazê-lo como um ato compulsivo, sem reparar nas nuvens, sem reparar nas cores, nos tons sem prestar atenção aos seus sentidos, ou ainda melhor, quantas pessoas já fizeram isso? Creio que pouquíssimas.
Esses dias ao olhar para o céu e para a chuva que caia incessantemente eu percebi que para muitos, ela era desagradável, no mínimo, irritante, contudo eu não sentia o mesmo, nunca senti, sempre achei a chuva tranquilizadora, ela purifica o ar e me da paz, ela resfria meu corpo nesses dias de calor e limpa as ruas, a chuva me faz querer dançar e me faz lembrar da minha infância... As memórias que nunca vão me abandonar dos dias felizes nos quais eu corria pela grama gritando sem qualquer malícia ou interesse pelo mundo, tudo era bem simples, eu tinha o dia e a noite e isso me bastava, me lembro das noites quentes que eu me reunia com a minha família para jogar um jogo de tabuleiro, na maioria das vezes, um jogo exageradamente infantil para os meus pais, tios, e avós, porém todos eles regrediam alguns anos afim de se divertir com seus filhos, netos, e sobrinhos. Lembro dos dias na praia, dos castelos que me pareciam enormes serem varridos pelo mar, via estrelas aparecerem enquanto o sol sumia, via as diferentes fases da lua sem nunca entender o porque e nem como isso acontecia, via pequenos insetos e tentava pegá-los, via amigos que pouco a pouco desapareceram, vi o vigor de uns e a força de outros se esvair e tudo isso me remete a chuva... Porque quando eu vejo a chuva eu me lembro dos dias que passam e dos dias que passaram e nessas horas eu sorrio, porque nessas horas eu sei que se um dia já existiu algo tão bom pra mim, eu não posso deixar de pensar que num futuro muito próximo o destino pode me sorrir de novo e me trazer todos esses momentos felizes de novo, e quem sabe? Eles podem até ser melhores do que eu me lembro.
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